A carta estava endereçada aos 'amigos do governo do DF'.
O governador afastado do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM), disse, em carta endereçada aos "amigos no governo do Distrito Federal", que “nos momentos mais graves da vida brasileira, não se viu medidas judiciais coercitivas [a prisão] dessa gravidade.” Como exemplos de “momentos graves”, ele cita o impeachment do ex-presidente Fernando Collor, o mensalão do PT e a crise no governo do Rio Grande do Sul.
Arruda agradece “aos amigos pessoais” a “solidariedade” e dá “a certeza” de que vai superar esse “triste” episódio, “fazendo prevalecer a verdade sobre as armadilhas, as farsas, os golpes baixos da política, sobre as maquinações diabólicas que, mais cedo ou mais tarde, serão desmascaradas.”
O governador diz que quer “contribuir“ não só com a elucidação dos fatos, “mas também com uma mudança na legislação eleitoral e política brasileira.” De acordo com Arruda, a atual lei “dá aos vândalos os métodos próprios de sucessivas eleições e aos ingênuos as penas máximas da visão que impera onde o importante não é seguir a lei, mas saber ludibriá-la.”
A carta, que está datada desta quinta-feira (11), às 17h, pede que as obras do governo não sejam interrompidas e diz, também, que os advogados de Arruda chegaram a propor ao relator do inquérito no Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Fernando Gonçalves, que o governador depusesse. Segundo Arruda, isso foi considerado “desnecessário.”
Prisão
Os ministros da Corte Especial do STJ se reuniram nesta quinta-feira (11) e decidiram pelo pedido de prisão feito pela subprocuradora geral da República Raquel Dodge e pelo procurador geral, Roberto Gurgel.
O pedido de prisão de Arruda se baseia na tentativa de suborno ao jornalista Edmilson Edson dos Santos, conhecido como Sombra. O jornalista é testemunha do suposto esquema de corrupção no governo do Distrito Federal, que ficou conhecido como mensalão do DEM de Brasília. Arruda é apontado como suposto chefe do esquema, o que ele nega.
Segundo Sombra, o suborno serviria para que ele mudasse seu depoimento à Polícia Federal, dizendo que os vídeos gravados pelo ex-secretário de Relações Institucionais do Distrito Federal Durval Barbosa foram montados. Durval foi quem delatou o suposto esquema de corrupção.Nos vídeos em que gravou, aparecem empresários, deputados e até o governador Arruda recebendo maços de dinheiro.
VÍDEO MOSTTRA NEOCIAÇÃO DE SUBORNO
Em depoimento à PF, Sombra disse que Arruda, através do intermediário, teria proposto R$ 1 milhão, uma conta garantida no Banco de Brasília, e verbas para o jornal do qual é dono, em troca de apoio para prejudicar a Operação Caixa de Pandora, que investiga o suposto esquema de corrupção no DF.
É interessante que a lei se faça presente apenas em alguns estados e cidades do Brasil e aqui em Sertânia ela seja tão lenta. (?)
Fonte:G1